Espírito Santo

Romaria reúne 500 mil fiéis à padroeira do ES

Romaria reúne 500 mil fiéis à padroeira do ES

Um mar de fiéis cobriu boa parte da Avenida Lindenberg na noite deste sábado (26), durante a tradicional Romaria dos Homens. De acordo com a organização da Festa da Penha, cerca de 500 mil romeiros participaram do ato de fé, mas o número ainda não foi fechado pela Polícia Militar.

Ao todo, foram 14 quilômetros percorridos da Catedral de Vitória, na capital, até a Prainha, em Vila Velha. Sob o som dos hinos religiosos e as luzes vindas das velas carregadas pelos fiéis, a imagem de Nossa Senhora da Penha, padroeira do estado, emocionou e encantou os milhares de devotos. O sexto dia do oitavário da Penha foi encerrado com uma celebração eucarística.
Os romeiros saíram da Catedral Metropolitana de Vitória, na Cidade Alta, por volta das 19h30, e seguiram até a Prainha, em Vila Velha. Ao longo dos 14 quilômetros, os fiéis caminharam com velas acesas e em oração. A todo momento, as velas eram levantadas em homenagem à santa.

Embora nomeada Romaria dos Homens, a presença de muitas famílias chamou a atenção dos fiéis. Homens, mulheres, idosos e muitas crianças demonstraram devoção entoando hinos religiosos e bradando o nome da padroeira. Apegados a terços, quadros e imagens, os romeiros clamaram por Nossa Senhora e agradeceram pelas tantas graças alcançadas.

No meio da multidão, muitas pessoas vestiam camisas iguais para identificar de onde vieram ou a que grupo pertencem. Curiosamente, o bombeiro hidráulico Orlando Soncini viu nesse “costume” uma chance de se solidarizar com os mais necessitados. Há três anos, ele troca camisetas da romaria por doações de alimentos. “Sempre fiz essa romaria e via as pessoas com camisas iguais, mas nunca consegui uma pra mim. Então tive a ideia de fazer uma e distribuir para os amigos. Há três anos, comecei a entregar as camisas e pedir em troca uma doação de alimentos”, explicou.

As doações, segundo Orlando, serão entregues na Basílica de Santo Antônio, em Vitória, e depois distribuídas aos mais necessitados. Para ele, a atitude vem da vontade de fazer o bem. “Goste de ajudar. Venho na romaria não para rezar só por mim, mas por todos que precisam”, disse.
Uma celebração eucarística presidida por Dom Giovanne D’Anielo, Núncio Apostólico do Brasil, na Prainha, em Vila Velha, encerrou a peregrinação.

Histórias de fé

Representando as milhares de famílias que participaram da romaria, o casal Ari Martins e Selma Almeida levou os filhos Rodolfo e Rafael, de 8 e 5 anos. Selma contou que levar as crianças é uma forma de proporcionar o contato com a fé e dar a eles os ensinamentos religiosos desde pequenos.

Além disso, ela acredita que a vida de Rodolfo é uma graça concedida por Nossa Senhora da Penha. “Ele nasceu com uma doença que o deixa com baixa imunidade e precisou ficar isolado na Utin. A médica disse que ele não sobreviveria, então prometi que se ele se curasse, eu acenderia uma vela do tamanho dele todos os anos. Trago ele na romaria para que saiba como a padroeira é importante na história da nossa família”, contou.

Outro exemplo de fé é o da aposentada Glória Bravin Rossi, de 83 anos, que acompanhou a passagem da romaria sentada na calçada. Ela garantiu que vários são os motivos que a levam a agradecer à padroeira, mas que um é lembrado com um carinho especial. “Meu neto era viciado em drogas. Pedi à santa que intercedesse por ele e ela me atendeu, graças a Deus. Agora, faço doações a uma casa que cuida de dependentes químicos, para que outras pessoas também possam ser libertadas do vício”, disse.

Com os olhos marejados diante da imagem da padroeira, a aposentada Zuleica Carvalho, de 66 anos, contou que há muitos anos nem poderia imaginar estar presente na romaria. “Fui brincar no trilho do trem e quebrei a perna. Naquela época, não tinha a medicina como é hoje. O médico disse que eu teria que amputar a perna. Minha vó decidiu não me levar mais ao médico, e veio até o Convento para fazer uma promessa. Passei a ser medicada com remédio caseiro e fui curada. Chegaram a dizer que eu nunca mais andaria, e agora olha eu aqui, andando tudo isso”, emocionou-se a devota.

Texto e Imagens Portal G1 Globo

Festa da Penha 2014

Festa da Penha 2014

Quatro séculos e meio depois, a devoção a Nossa Senhora da Penha voltará a atingir o auge com a Festa à Padroeira do Espírito Santo na primeira oitava da Páscoa deste ano, ou seja, de 20 a 28 de abril. Espera-se um público ainda maior que no ano anterior em razão do feriado de Tiradentes, no dia 21 de abril, cair na sequência da Semana Santa. Para se ter uma ideia, nos dias de festa, mais de um milhão de pessoas de todo o país, mas principalmente dos Estados do Espírito Santo e Minas Gerais, sobem o imponente penhasco onde foi incrustado o monumento à Virgem da Penha para apresentar seus pedidos e agradecimentos a Deus por intercessão da Virgem da Penha.
penha_cartazNeste ano, segundo o guardião Frei Valdecir Schwambach, o tema escolhido para a festa é “Anunciar com alegria”, conforme o apelo que o Papa Francisco faz continuamente aos cristãos desde o início de seu pontificado.
Frei Valdecir explica que alegria é, também, o sentido profundo da Festa de Nossa Senhora da Penha, a Senhora das Alegrias que se alegra pela Ressurreição de Jesus, seu Filho. “Compreendo as pessoas que se vergam à tristeza por causa das graves dificuldades que têm de suportar, mas aos poucos é preciso permitir que a alegria da fé comece a despertar, como uma secreta mas firme confiança, mesmo no meio das piores angústias”, ensina o Papa Francisco.
A festa da Penha é fruto de uma semente lançada por Frei Pedro Palácios em 1558, quando chegou ao Brasil com os colonizadores portugueses e desembarcou nas terras capixabas. O frade espanhol trouxe na sua bagagem um painel de Nossa Senhora das 7 Alegrias, que foi colocado numa gruta e deu origem à devoção franciscana que vem até hoje. Ao longo do tempo, essa devoção cresceu e foi construído o Santuário para a Mãe de Deus no ponto mais alto do penhasco. Desde então, romeiros visitam o Convento durante todo o ano.
A festa é a terceira maior manifestação religiosa mariana do Brasil, atrás somente da festa de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, e a festa do Círio de Nazaré, em Belém do Pará. Como santuário mariano mais procurado durante todo o ano por romeiros, é o segundo do Brasil, com mais de 2,5 milhões de pessoas.
A Festa da Penha é totalmente devocional e os shows de música popular e religiosa acontecem fora do entorno do Convento, em uma praça conhecida como Prainha. As expressões de fé acontecem nos dias da festa com a devoção franciscana chamada Oitavário da Penha, antes da Missa celebrada no Campinho, às 15 horas. Depois, as romarias dão um colorido especial à Festa, como as romarias dos Cavaleiros, dos Ciclistas, dos Motociclistas, das Pessoas com Deficiência, dos Militares, das Dioceses de Cachoeiro, Colatina e São Mateus, das Mulheres e dos Homens.

 

A Romaria dos Homens é, sem dúvida, a grande manifestação de fé da festa. Mais de 300 mil pessoas caminham de Vitória até o Santuário na noite do sábado, que neste ano cairá no dia 26 de abril. Os fiéis caminham durante 14 quilômetros com velas acesas e em oração. Isso mesmo: em oração! Mesmo com toda a multidão no longo percurso, a devoção não é quebrada. Saindo da Catedral Metropolitana, às 19 horas, a romaria termina às 23 horas na Prainha, quando às 23h30 tem início a celebração eucarística.
CONFIRA TODA A PROGRAMAÇÃO DA FESTA DA PENHA 2014:

DOMINGO 20 DE ABRIL

Romaria dos cavaleiros

Saída de Cobilândia às 8h30
Chegada à Prainha com bênção
Oitavário e missa às 14h no Campinho (Área Pastoral Vila Velha)
SEGUNDA-FEIRA, 21 DE ABRIL
Oitavário e missa às 14h no Campinho (Área Pastoral Serrana)
TERÇA-FEIRA, 22 DE ABRIL
Oitavário e missa às 14h no Campinho (Área Pastoral Cariacica/Viana)
QUARTA-FEIRA, 23 DE ABRIL
Oitavário e missa às 14h no Campinho (Área Pastoral Benevente)
QUINTA-FEIRA, 24 DE ABRIL
Oitavário e missa às 14h no Campinho (Área Pastoral Serra)
SEXTA-FEIRA, 25 DE ABRIL
Oitavário e missa às 14h no Campinho (Área Pastoral Vitória)
Romaria dos militares – saída do portão do Convento às 14h

SÁBADO, 26 DE ABRIL

◊ Romaria de São Mateus – Campinho às 8h
◊ Romaria das Pessoas com deficiência – saída da Praça Duque de Caxias às 8h –
missa na chegada à Prainha
◊ Romaria de Cachoeiro de Itapemirim – saída do portão do Convento às 13h30 Oitavário e missa no Campinho
◊ Romaria dos homens – saída da catedral às 19h
◊ Missa às 23h30 na Prainha

DOMINGO, 27 DE ABRIL

◊ Romaria de Colatina – saída do portão do Convento às 8h e missa às 9h no Campinho
◊ Romaria dos motociclistas – saída da Av. Jerônimo Monteiro em Vitória às 10h
◊ Romaria das mulheres – saída do Santuário de Vila Velha às 14h30

SEGUNDA-FEIRA, 28 DE ABRIL

◊ Missa da CRB e Seminário às 7h no Campinho
◊ Romaria dos ciclistas – saída de Cobilândia e do Ibes às 8h30 – chegada à Prainha 11h
◊ Bandas de Congo – apresentação das Bandas de Congo e homenagens no Campinho às 9h
◊ Missa das Pastorais às 10h no Campinho
◊ Missa de encerramento às 16h na Prainha

SHOWS MUSICAIS

Dia 25 de abril (sexta-ferira) – Rosa de Saron e Nova Prece
Dia 27 de abril (domingo) – Anjos de Resgates e Sementes
Dia 28 de abril (segunda-feira) – Banda Água Viva
SHOW DE ENCERRAMENTO
Dia 28 de abril (segunda-feira) – Pe. João Carlos

HORÁRIOS DE MISSAS NA CAPELA DO CONVENTO

Dia 20/04: 5h, 7h, 9h e 11h
Dia 21/04: 6h, 7h, 8h e 9:30h
Dia 22/04: 6h, 7h, 8h e 9:30h
Dia 23/04: 6h, 7h, 8h e 9:30h
Dia 24/04: 6h, 7h, 8h e 9:30h
Dia 25/04: 6h, 7h, 8h e 9:30h (Missa dos Advogados)
Dia 26/04: 6h, 7:30 e 11h
Dia 27/04: 5h, 7h, 11h e 14h
Dia 28/04: 0h (meia-noite), 2h, 6h, 9h e 12h

 

 

Fonte: Franciscanos

 

Convento da Penha

Num penhasco – de 154 metros de altitude e localização privilegiada a 500 metros do mar – que ostenta no seu entorno imponente fragmento da mata atlântica, está edificado o Santuário de Nossa Senhora da Penha, fundado por Frei Pedro Palácios, que aqui chegou em 1558, trazendo consigo o Painel de Nossa Senhora das Alegrias.

O monumento arquitetônico, peculiar na singeleza e sobriedade, apresenta em sua trajetória histórica muitas reconstruções como a excepcional concepção arquitetônica do Convento, inscrustado na rocha do morro, abrindo as janelas de suas celas para o magnífico panorama da barra de Vitória e do oceano Atlântico, enquanto de sua fachada se tem bela vista panorâmica de Vila Velha.

No seu início, Frei Pedro Palácios encontrou abrigo numa gruta de pedra, atualmente denominada Gruta de Frei Pedro Palácios, que tem ao lado o oratório de construção anterior a sua chegado ao Espírito Santo, que abriga uma réplica do Painel de Nossa Senhora das Alegrias.
Em 1562, construiu uma Capela dedicada a São Francisco de Assis, no local hoje denominado largo do Convento (Campinho), e em 1568, foi edificada, no cume do penhasco, a Capela que recebeu a imagem de Nossa Senhora da Penha, vinda de Portugal em 1569.
A Capela de Nossa Senhora da Penha sofreu várias ampliações, e anexo, foi construído, em várias etapas, o Convento da Penha, juntamente com o prédio do museu que é a histórica ex-“Casa dos Romeiros”; residência de hóspedes e as ruínas das antigas senzalas, cuja pedra fundamental data de 1650.

No interior do Convento, o espaço mais expressivo é o da Igreja com sua preciosa Capela-Mor. O interior da igreja é revestido, parcialmente com madeira em cedro, entalhada com motivos fitomorfos, executada pelo escultor português José Fernandes Pereira, nos anos de 1874 a 1879, inclusive o assoalho com trabalho de marchetaria que no ano de 1980 foi reformado.

No Altar Mor da Igreja, remodelado em 1910, há mais de 200 peças de 19 tipos diferentes de mármore que adornam o retábulo e colunas. Possui cuidadosa talha de madeira dourada do escultor italiano Carlo Crepaz, adotando a caligrafia de ornamental do ecletismo pontuada por capitéis, coríntios, festões, guirlandas com elementos vegetalistas, medalhões, anjos e frontão, datando do século XIX.
No centro do retábulo, o nicho de Nossa Senhora, que abriga a Imagem da Virgem da Penha, de origem portuguesa, de 1569. A imagem é ladeada por anjos e querubins e honrada com as imagens dos maiores santos franciscanos: São Francisco de Assis e Santo Antônio de Lisboa e de Pádua.

Enobrecem as paredes da capela as primorosas obras paisagísticas do Convento da Penha, realizadas por Vitor Meireles, encomendadas por Frei João Costa, entregues em 1877, e as obras sacras de Pedrina Calixto, que assinou as mesmas nos anos de 1926 a 1927.
Este santuário testemunha, desde os primórdios do povoamento da terra capixaba, a trajetória histórica evangelizadora dos religiosos da Ordem dos Frades Menores da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil e, também, a devoção a Nossa Senhora da Penha, padroeira do Estado do Espírito Santo, que ultrapassa as barreiras do Estado, pois milhares de romeiros e devotos chegam ao Santuário para visita-lo, render graças e apresentar suas homenagens e pedidos.

Hoje o Santuário da Penha abrange uma área de 632.226 m2. No seu interior abriga séculos e séculos de história, de fé e esperança, de devoção e coragem e é sem dúvida considerado o maior atrativo turístico e religioso do Estado do Espírito Santo.

RESTAURO

Marco da arquitetura do período colonial brasileiro, o conjunto do Convento da Penha foi tombado como patrimônio histórico cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1943. A restauração do altar mor do Convento da Penha começou em janeiro de 2009 e foi concluída no dia 17 de dezembro de 2011.

O projeto de restauração do Altar Mor e do Arco do Cruzeiro do Convento da Penha esteve sob coordenação dos restauradores Ailton Tadeu Costa e Catarina de Cássia Zambe Costa. Depois de muita pesquisa, a dupla encontrou as camadas originais do altar, que datam de 1800. O estilo artístico rococó, baseado em cores claras, tons pastéis e douramento é predominante no Convento da Penha. “Encontramos duas camadas de tinta em cima do douramento do altar, algumas partes estavam comidas por cupim. Abrimos pedaços na estrutura para encontrarmos uma sequência lógica para o trabalho de restauração. Usamos resina para restaurar os defeitos”, informou Aílton.

GRUTA FREI PEDRO PALÁCIOS

Depois de pisar em solo firme na Capitania do Espírito Santo, Frei Pedro Palácios desapareceu. Dias depois, seus companheiros de viagem resolveram procurá-lo e só depois de três dias encontraram-no no sopé da montanha, junto à praia, ao lado esquerdo de quem entra pelo atual portão da ladeira. Ainda hoje é conhecida por “Gruta de Frei Palácios” e, desde 1864, é assinalada por uma lápide comemorativa, que mandou colocar o último guardião Frei Teotônio de Sta. Humiliana: “Ecce Petri Palacios arcta habitatio prima/ Qui Diminam a Rupe vexit ad ista loca,/ Mirum Coenobium construxit vertice rupis,/ Quo tandem Dminae transtulit effigiem/ Quam magnis meritis vita decessit onustus,/ Jam promissa bonis praemia coelitum habet”.

Traduzindo: “Eis de Pedro Palácios a primeira e estreita habitação,/ o qual trouxe para estes lugares a Senhora da Penha./ Construiu no cume do monte um admirável Convento, / para onde transferiu, finalmente, a imagem./ Onerado de grandes merecimentos passou desta vida,/ e já possui os prêmios celestes prometidos aos bons”.

LADEIRA DA PENITÊNCIA

A Ladeira da Penitência” que é uma via de acesso ao Convento exclusiva de pedestre, é também conhecida como a “Ladeira das Sete voltas” ou ainda das “Sete Alegrias de Nossa Senhora”. O nome de Ladeira da Penitência é devido à sua declividade acentuada e disformidade de calçamento feito de pé-de-moleque, o que exige esforço para subi-la.

O nome de “Ladeira das Sete voltas” é devido as curvas graciosas; e toda ela como que serpenteia pela mata, com seus recantos maravilhosos e convidativos à meditação e à oração a cada volta. As Sete Voltas também insinuam as “Sete Alegrias de Nossa Senhora”, devoção instituída e propagada pela Ordem Franciscana: anunciação, visita da prima Isabel, nascimento de Jesus, recebimento do Espírito Santo, apresentação de Jesus no templo, ressurreição e ascensão de Nossa Senhora.

Sua existência data da fundação do Convento, tendo já passado por ela personalidades importantes de cenário religioso e político do País, a exemplo do Imperador Dom Pedro II e sua comitiva em 1860. O seu calçamento de pedras é produto do trabalho dos escravos, que ocorreu pelo ano de 1643, iniciativa do Frei Paulo de Santo Antônio, tendo sido entre 1774 e 1777 renovado e que perdura até os nossos dias.
A subida pela Ladeira da Penitência resulta numa caminhada de 457 metros, cheia de encantos pelas pedras seculares do calçamento, pelo verde da árvores seculares, pelas sete voltas com suas cruzes e mini-nichos com imagens para meditações e orações.

Na década de 1940 construiu-se o novo caminho de acesso rodoviário para o convento, cujo portão foi construído em 1952.

PORTÃO ANTIGO

Portão construído em 1.774, com detalhes em relevo. Por ele se entra pela histórica e fascinante “Ladeira das Sete Voltas”, primitivo caminho para o alto da montanha. Está localizado próximo à entrada do 38º BI.
PORTÃO DE ACESSO PELA ESTRADA DE RODAGEM – Portal construído em 1.952, é a principal entrada de acesso ao Convento. Sua estrutura arquitetônica retrata o estilo de construção dos anos 50, porém imitando o portal antigo que foi construído em 1.777.

MUSEU

Instalado pelo então guardião do Convento, Frei Alfredo W. Setaro, em 1952, o mseu de Nossa Senhora da Penha, na antiga Casa dos Romeiros. Foi reinaugurado, no ano de 2000, pelo guardião Frei Geraldo A. Freiberger. O Museu de Nossa Senhora da Penha exibe vários objetos do acervo histórico do Convento, selecionados nas raras coleções que documentam o cotidiano do Santuário, por mais de quatrocentos anos.
Estão em exposição peças sacras, de liturgia, de vestimentas, dentre outras, além de ficar exposta uma parte da edificação do Santuário, no formato de uma “abóbada de tijolos apoiada sobre quatro pilares contígua a um pequeno cômodo originalmente de meia-água, em alvenaria de pedra e cal”.

SALA DOS MILAGRES

Ao lado do museu está a Sala dos Milagres, que mostra parte da variada coleção de ex-votos, ofertados à milagrosa Virgem da Penha. A devoção popular de “pagamento de promessa” pelos devotos é secular e, aqui no Santuário, são muitíssimas as ofetas de ex-votos depositadas aos pés da imagem da Virgem da Penha.
Além dos objetos de ex-votos compostos de muletas, peças em cera e gesso, vestimentas e fotografias, a sala dos milagres também abriga a imagem de Nossa Senhora da Penha, esculpida por Carlo Crepaz, em 1958, fac-símile da original que também é denominada imagem peregrina por visitar as par´quias e comunidades de todo o Estado.

CAMPINHO

No sopé do penhasco (não confundir com o sopé da montanha), onde foi construído o convento e a igreja, fica uma pouca extensa chapada, que hoje é conhecida como Campinho, onde nos dias normais funciona o estacionamento. Em dias de festa, como a da Padroeira do Espírito Santo, as Missas principais são ali celebradas, tanto que foi construído um altar fixo no local. Do Campinho se pode ter uma das mais belas imagens do convento, onde as duas palmeiras se destacam.

Também neste espaço plano está construída a ermida ou Capelinha de São Francisco, que era a moradia habitual de Frei Pedro Palácios. Nela entregava-se aos exercícios de penitência e oração. No Campinho também há uma loja de artigos religiosos e uma lanchonete.

RUÍNAS E ESCRAVOS

No patamar em frente da Secretaria Conventual, existe um portão no muro que dá acesso, por uma escadaria, à casa de hóspedes. Deste ponto, pode se ver uma área gramada com ruínas. É também o acesso à senzala dos escravos.

Segundo o historiador franciscano desta Província da Imaculada, Frei Basílio Röwer, autor de Páginas de História Franciscana no Brasil, o número de escravos “ultrapassava o de qualquer outro convento”. Esta mão-de-obra, de que os franciscanos dispuseram desde os tempos coloniais, era por eles empregada nos mais variados serviços: nas lavouras do pomar, no atendimento do gado e limpeza dos currais, nas atividades da pesca, nos encargos ligados à rotina diária dos conventuais. Fala ainda frei Basílio dos escravos músicos “para solenizar as festas e acompanhar as procissões” e se refere também aos escravos que os franciscanos alugavam aos moradores de Vila Velha e de Vitória para serviços em geral, fato muito comum durante a escravatura negra no Brasil. Com estes aluguéis, os donos de escravos obtinham ganhos extras.
Além disso, nas festas religiosas, uma tradição constante no Brasil colonial e provincial, os escravos eram utilizados para conseguir esmolas para o convento. Foi graças à mão-de-obra escrava que os franciscanos puderam realizar muitas das grandes obras do santuário e do seu entorno, inclusive o calçamento, a pedra, da ladeira tradicional que dá acesso ao monumento, e até a construção das senzalas para teto dos escravos.

MATA ATLÂNTICA

A faixa de Mata Atlântica existente no Santuário da Penha é o mais importante pulmão verde da cidade de Vila Velha e abriga uma variada flora e fauna em 50 hectares. Mas nem sempre foi assim. Na segunda metade do século XX, a mata do morro estava bastante devastada. Foi a partir de 1970 que começou a preocupação com o reflorestamento do morro, com o plantio de árvores nativas, um trabalho realizado pela Vale do Rio Doce, o governo estadual e o Convento. Milhares de mudas de árvores nativas foram plantadas, fazendo com que atualmente o verde da flora realce o branco das paredes do convento no alto do morro.
O efetivo reflorestamento da mata do Convento foi feito de janeiro de 1990 a dezembro de 1993, quando foram utilizadas 2.500 mudas/ha, sendo 60% de espécies pioneiras, 15% de secundárias iniciais, 15% de secundárias tardias e 10% de climáticas.
Além de muitas espécies de répteis – é muito comum encontrar a família de jiboias pelo morro -, há muitos saguis e aves no morro.

Endereço: Rua Vasco Coutinho, S/Nº
Bairro: Prainha
CEP: 29100-231
Vila Velha – ES.
Fone: (27) 33290420
e-mail: convento.aacp@gmail.com

 

Fonte: Convento da Penha